A Zombie Walk é uma procissão de pessoas que percorrem o micro-centro portenho como zombies, imaginando uma Buenos Aires que amanhece atacada por um estranho e poderoso vírus. Algo inventado, mas que cada ano repete-se e ganha mais seguidores.
A primeira caminhada zombie registrada realizou-se em Sacramento, California (USA), o 19 de agosto de 2001. Desde aquele momento, essa procissão de pessoas fantaseadas de zombies está se realizando em várias cidades ao redor do mundo.
Tudo começou cuando um grupo de seguidores do gênero de terror aproveitou a commemoração de um festival chamado Trash Films, ou “filmes lixo”, para percorrer as ruas da cidade estadunidense maquiados como zombies. Foi espontâneo, sem nome e com apénas doze participantes. Em 2003, novamente em Estados Unidos, realizou-se o que agora conhecemos como Zombie Walk.
Mesmo que é reconhecida como uma costume norte-americana, essa commemoração foi muito bem recebida no mundo inteiro. Cada ano somam-se novos países à lista zombie.
A idéia chegou à Argentina em 2007, cuando um grupo de fanáticos dos filmes de terror organizou mediante Internet uma reunião zombie na Praça San Martin, em Retiro, Buenos Aires. Os sesenta concorrentes aquele dia jamás imaginaram que depois de uns anos as marchas seríam tão multitudinárias.
Além de ir pelas ruas do micro-centro chorrando sangue falsa e fingindo ser vítima de um poderoso vírus, a Zombie Walk Argentina realiza-se com fins benéficos. Cada ano escolhe-se um refeitório infantil ao que doam-se os alimentos arrecadados.
A organização do evento realiza-se mediante as redes sociais; aí explicam cuais são as “normas” da caminhada. Explicam que a Zombie Walk é uma “pacifestação”, é dizer uma manifestação pacífica, para fomentar a consciência social e alentar a todos os participantes a concorrer com um alimento não perecível.
Antes do começo da caminhada, ensinam a coreografia do vídeo “Thriller” em homenagem ao grande Michael Jackson. Depois, todos os participantes reunidos dançam com o ritmo do Rei do Pop. No lateral da praça San Martin está localizado o ônibus onde todos os zombies solidários deixam o alimento doado.
Tem postos de maquiagem artística para que todos tenham o aspecto de “mortovivo”, ninguém fica sem virar zombie. Se faz a soltada de balões da Asociação Argentina de Hemoterapia e Inmunohematologia para fomentar a doação de sangue e finalmente o Coro Kennedy canta o Himno Zombie. O encontro é livre e aberto para a família inteira: “Seja um zombie solidário”.
Depois começa a caminhada. Todos os zombies marcham juntos pelas principais ruas do centro de Buenos Aires. Pode se ver como a galera divirte-se, grupos de amigos, famílias, fotógrafos e até mascotes manchadas de sangue artificial.
Durante a marcha, o líder da Zombie Walk Argentina, Reynaldo Rataplín ou o Rei do Floco, vai falando dos mandamentos zombies através de um megafone: “Acordará um domingo. Tirará o zombie que você tem. Procurará os miolos do seu próximo. Se-multiplicará. Caminhará e caminhará. Não reconhecerá ao seu pai nem à sua mãe. Não falará. Não andará erguido. Não deixará de sangrar. Não raciocinará.”
A última edição da Zombie Walk Argentina bateu récord de mais de 25.000 participantes e arrecadaram-se aproximadamente 15.000 quilos de comida.
Se quiser saber mais: Zombie Walk Argentina.