Encarregado de entesourar a memória da comunidade judia, o Museu Judeu abre as suas portas a todo aquele que quiser conhecer mais um pouco sobre a sua história.
Tínhamos passado infinidade de vezes frente à sua porta sem saber que existía. Claro, quando a gente caminha pela rua Libertad, quase na esquina da Avenida Córdoba, não pode deixar de perceber o grande templo que existe com a sua fachada para a praça. Mas no lateral, mais modesto, o Museu Judeu pode pasar desapercebido.
Agora com um cartaz maior que quer convidar a visitar, o Museu Judeu está aberto para que os membros da coletividade possam reviver o seu passado e para que quem seja que se encontre caminhando por aí entre a conhecer um pouco da história da comunidade judia na Argentina.
Esta vez íamos a ingressar. Deixamos atrás o sol que brilhava sobre a praça Lavalle, os barulhos das obras que estavam se realizando frente ao Teatro Colón, o trânsito. A sombra e o silêncio esperavam dentro.
O interessante de visitar o Museu Judeu é que os percursos realizam-se com um guia. Esse guia não só acompanha à gente e mostra o que o museu tem para mostrar, senão que, fundamentalmente, explica o que cada coisa diz sem dizer. Visitar o Museu Judeu permite, para quem assim quiser, conhecer mais un pouco sobre o judaísmo em geral e sobre a comunidade judia na Argentina.
O nosso percurso começou com uma visita ao templo, cuja fachada tínhamos visto desde fora mas que comunica-se com o museu por um corredor interno. Primeiro templo judeu na Argentina, a sobriedade e a grandiloquência do prédio mostram no silêncio a sua importância.
Nossa guia foi nos explicando como se desenvolvem os encontros no templo, quais são as funções rituais de cada objeto, o porque de diferentes tradições. Não deixou de mostrar, também, as placas que num dos muros lembram às vítimas dos atentados à AMIA e a Embaixada de Israel.
Depois de visitar o templo de abaixo (mais pequeño, mais íntimo), voltamos ao corpo do museu. Pudemos ver, dentro de vitrines, rolos da Torá, sidurim, elementos rituais, moedas. A amostra, não muito ampla, guarda detalhes bonitos.
Em outra seção, com grandes mapas e fotos amplas, a guia falou a história do templo, do museu e, também, a história do barão Hirsch, personagem fundamental para a imigração de judeus europeus para Argentina.
Sobre uma mesa pudemos ver uma reprodução das folhas de cadastro nas que as famílias judias assentaram o seu ingresso ao pais. Um lugar muito especial para muitas famílias argentinas.