No centro de Buenos Aires encontra-se o Museu Mundial do Tango, santuário de uma história que ainda não acaba.
O Museu Mundial do Tango, dependência da Academia Nacional do Tango, tem o seu lar no piso superior ao Café Tortoni, e se pode acessar a ele tanto por uma porta particular que se abre sobre a rua Rivadavia quanto pela Academia.
Algo novo para dizer
Esse museu é um museu novo (a sua inauguração foi em dezembro de 2003) mas trata sobre um dos temas mais tradicionais de Buenos Aires: o tango. A sua existência, tanto como a da Academia Nacional do Tango, corresponde aos novos tempos que correm, nos que o tango já tem deixado de ser uma música marginal ou inclusive a música mais popular (como foi, por exemplo, na década de ’40) para ocupar o seu justo lugar nos fenômenos mais fascinantes do século XX.
A história, aos poucos
A amostra do museu está distribuida seguindo um critério cronológico. Com módulos que abrangem de a quinze anos por vez, o visitante pode seguir o desenvolvimento desse estilo musical desde a sua pre-história (cuando ainda não podemos falar de “tango”) até as suas mais recentes mutações.
No meio encontramos tudo aquilo que constituiu a glória do tango: o seu surgimento, a nova guarda, as diferentes gerações que vão desde De Caro, Gardel e Contursi, passando por Discépolo, Pugliese, Goyeneche, Mores, Piazzolla e a vanguarda até os nossos dias.
O tango continúa vivo
A informação é abundante e clara, e pode guiar inclusive ao visitante mais profano por esse mundo que soube forjar a sua própria tradição.
Mas o mais interessante, sem dúvida, são os objetos que exibem-se dentro das vitrines: verdadeiras relíquias tangueiras. Desde um chapéu de Gardel, passando por distintas partituras manuscritas, o piano de Agustín Bardi, rolos de filmes velhos, discos originais, máquinas de escrever, tudo o que teve a ver com aquelas glórias que ainda continuam soando. Até achamos uma coletânea de CD’s com o mais novo dessa música.
Mais do que uma exposição
Mas o tango é mais do que música e o museu mostra também uma série de pinturas, esculturas e diferentes obras de arte que inspiraram-se no tango e os seus personagens. Uma paixão que continua pegando fogo.
Na sala do Olimpo das Glórias Tangueiras encontramos uma série de gigantografias que rendem tributo às figuras que fizeram brilhar essa música. Esse mesmo salão, equipado com cadeiras e um palco, serve como marco para diferentes espetáculos e atividades.
Um filme sobre Gardel projeta-se no fundo.
A história continua fora
Ninguém pode negar a importância que tem as instituições como esse Museu Mundial do Tango para criar um reconhecimento e preservar a memória do tango. Mas, como diz o próprio museu, essa é uma memória que não está completa. O tango ainda soa.
É por isso que tanto o museu quanto a academia estão em permanente atividade e abrem-se à nova vida que ainda tem esse tradicional estilo musical.